Ele
como admirador da História sabia que os livros antigos e sagrados
traziam consigo nas linhas ou nas entre linhas a afirmação: “nosso
pais nos contaram...”. Ou seja a história de um povo, sua relações
sociais, econômicas, sagradas, eram transmitidas de geração em
geração, primeiramente de forma oral, depois escrita e com um
alerta: “nossos pais nos contaram...”
Ouvira
de professores sábios a seguinte profecia que saira dos duscursos do
romano Cícero: Não
saber o que aconteceu antes do teu nascimento seria para ti a mesma
coisa que permanecer criança para sempre.
Naquele
dia no cinema ele presenciara cenas de desprezo pelo passado e se
preocupara com a geração que estava prestes a assumir lideranças.
A palavra dos que viveram o passado e ajudaram a construir o presente
era ignorada, como eram ignorada muitas vezes as palavras dos colegas
e dele próprio. Os infantes não davam mais importância ao adágio:
“...nossos pais nos contaram...”. Talvez por que os próprios
genitores não tinham algo a contar, ou porque tal geração estava
mais preocupada com a tecnologia presente, julgando-se assim deveras
poderosa para ouvir aqueles que haviam vivenciado e feito história.
A geração do descartável estava apŕendendo a descartar pessoas e
histórias!
Na
grande tela aquele dia viveu-se uma metáfora interessante, em um
primeiro momento o passado era desprezado com algo sem vida, chato,
desinteressante que aos olhos da nova geração nada significava, por
isto o desprezo, a intolerância, a falta de respeito de muitos. Em
um segundo momento via-se com certo grau de admiração o futuro
fictício que talvez ninguém verá em forma presente, porque antes
que o futuro tão admirado torne-se realidade, a nova geração
tenha descartado tanto a natureza, a vida, pessoas, a própria
história, que não tenha tempo suficiente para voltar a atenção
para o passado e construir uma nova sociedade, onde respeito,
tolerância, admiração pela vida, pelas pessoas, pelos construtores
da história deem o tom para evitar erros possíveis e tragédias
indesejáveis.
Assim
ele chegara a uma conclusão triste: para grande parte da nova
geração o presente é um vácuo de desrepeito pelo passado e sem
nenhuma perspectiva para o futuro, sem perspecitva pois o Carpem
Diem é
vivido de forma negativa, vazio, descartável, sem dar ouvidos ao
adágio milenar: ...e
nosso pais nos contaram!