Chegastes...Cheguei
Há
tempo para tudo debaixo do céu, diz o Eclesiastes,
Olhando
o tempo repito os versos de Álvaro de Campos, uma pessoa do Pessoa:
Não
sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Sonhos,
quantos tive? Inúmeros
Poucos
realizei.
Mas
isso não é um arrependimento, é uma constatação.
A
vida é feita de escolhas. Não é feita de “ah se...”
Condicionais
não fazem a vida.
As
condições? Talvez.
Penso
na morte...como companheira de jornada.
Parece-me
mais próxima, essa proximidade porém qualifica a vida.
Hoje
desejo viver intensamente cada minuto que me é permitido.
Entendo
melhor o conceito de graça!
Pedir...nada
mais.
Apenas
agradecer aquilo que me é oferecido.
Ter
alegria de viver e não ter a vergonha de ser feliz.
O
desafio de tentar ser melhor a cada instante.
O
prazer de voltar ao lar e contemplar o rosto acolhedor da pessoa
amada,
Minha
amiga e companheira no infinito de nós dois.
A
vida se mostra madura
Hora
de revisar, olhar para o tempo passado , perdoar-se, perdoar...e
continuar
Viver
o presente...que é o melhor “presente”.
Pois
o futuro é uma incógnita, como na canção de Toquinho:
uma
astronave
Que
tentamos pilotar
Não
tem tempo, nem piedade
Nem
tem hora de chegar
Quarenta
anos seja bem vindo…
morituri te salutant,
pois , Viver é perigoso!